terça-feira, 29 de novembro de 2011
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
II ENCONTRO: O fenómeno religioso
Na busca de alguém ou alguma coisa que pudesse explicar os mistérios do mundo, os nossos primitivos antepassados descobriram Deus e tornaram-se religiosos.
No trovão e nos ecos dos seus próprios gritos o homem pré-histórico acreditou ouvir as vozes dos deuses; no delírio e na fúria incontrolada daqueles que eram acometidos de epilepsia e distúrbios mentais pensou estar diante de poderes demoníacos; na caça abundante, na chuva fecunda, na generosidade da natureza, experimentou as bênçãos dos céus. Perante o incompreensível, e o inexplicável, os Adãos e as Evas renderam-se a entidades sobrenaturais. O politeísmo criado pelas sociedades primitivas cedeu lugar, pouco a pouco, a apenas dois demiurgos a que os antigos persas chamaram Ormuz, o deus ou a força do bem, e Ahriman, o deus ou a força do mal.
Com os hebreus deixou de haver lugar para dois deuses: Javé é o único Deus, criador de todas as coisas, Senhor dos Exércitos, Libertador do seu povo. Todos os outros são ídolos, fruto da criação humana. O mal é obra do Diabo, o anjo caído que se rebelou contra Deus. Na ânsia de tomar conta da sua própria História e do seu próprio destino, muitos acreditam que tudo é fruto de um acaso maravilhoso que podem submeter e dominar e confessam-se ateus, excluindo a existência de qualquer divindade.
Estudar e conhecer o fenómeno religioso, hoje, não é tarefa fácil. Coloca-nos diante de centenas de denominações e seitas e confronta-nos com o nascimento de novos movimentos religiosos a cada dia. Corremos o risco de nos sentirmos confusos e derrotados perante a multiplicidade de testemunhos que se nos oferecem.
TOTAL MUNDIAL
Católicos: 1.055.209
Protestantes: 346.346
Ortodoxos: 213.991
Anglicanos: 79.074
Outros cristãos: 392.974
Islamitas: 1.155.510
Hinduístas: 804.028
Budistas: 389.154
Judeus: 16.313
Espíritas: 13.499
Confucionistas: 6.253
Xintoístas: 2.778
Ateus e sem religião: 972.578
Outras religiões: 764.321
POPULAÇÃO: 6.211.638
Cristãos: 2,08 mil milhões
Islamitas: 1,15 mil milhões
Ateus: 972 milhões
Hindus: 804 milhões
Budistas: 360 milhões
Judeus: 16,3 milhões
Estes dados mostram que mais de oitenta por cento da população mundial se identifica com alguma religião. A totalidade dos cristãos forma o grupo maior. Porém, o islamismo é a religião que mais cresce, tendo já superado em números o catolicismo.
[Revista Audácia, Outubro 2002]
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
domingo, 6 de novembro de 2011
I ENCONTRO: Formigas
sábado, 5 de novembro de 2011
I ENCONTRO: Sobre o sentido da existência
No livro As Sereias de Titã, Kurt Vonnegut, um escritor americano de ficção científica, narra como a história humana foi manipulada de modo a tornar os seres humanos capazes de fabricar uma pequena peça de metal para uma nave espacial que se dirige do planeta Tralfamadore, na Pequena Nuvem de Magalhães, para uma galáxia distante, com a missão de entregar uma mensagem de saudações, e que se avariou ao passar pelo Sistema Solar. Se, tendo a história de Vonnegut por referência, perguntarmos qual o sentido da vida humana, a resposta terá forçosamente de ser «fabricar uma peça para permitir entregar uma mensagem numa galáxia distante». Esta resposta sugere que a palavra «sentido», além de ter o significado que acabámos de ver, também pode, pelo menos em certos contextos, querer dizer propósito, finalidade ou desígnio, como quando, por exemplo, perguntamos «Qual o sentido de fazer sofrer um animal indefeso?». Por conseguinte, a pergunta sobre o sentido da vida pode também significar «Qual o propósito ou a finalidade da vida?». Nesta acepção, a pergunta está longe de não ter sentido e de ser incoerente. Já não se trata de dizer que a vida tem significado, no sentido que o termo tem em linguística, mas de saber qual o objectivo da vida. É mesmo com este sentido, com o sentido de «objectivo» ou «finalidade», que a expressão «sentido da existência» é geralmente usada quando se fala do problema do sentido da vida. A história de Vonnegut contém ainda uma outra implicação. É impossível não ter a impressão de que se a finalidade da vida humana é produzir uma peça insignificante para permitir levar uma mensagem, também ela insignificante, a uma galáxia longínqua, a vida tem pouco que a faça merecer ser vivida. Isto sugere que para que a vida tenha sentido não basta que tenha um propósito ou finalidade. É também necessário que esse propósito tenha valor, que seja de alguma forma importante. (…) A razão está em que quando nos interrogamos acerca do sentido da vida não queremos apenas saber qual o objectivo que ela pode ter. Procuramos também uma justificação para a nossa existência, algo que lhe dê valor e que a faça merecer a pena ser vivida. Perguntar, então, qual o sentido da vida implica perguntar como devemos viver para que a nossa vida mereça a pena ser vivida. Talvez a melhor forma de entenderes isto seja imaginares-te no fim da vida, já muito idoso, às portas da morte, olhando para o passado e perguntando a ti mesmo se a tua vida teve sentido (ou, se preferires, uma vez que o resultado é o mesmo, imaginares-te agora a perguntares a ti mesmo como deves viver a tua vida para que, uma vez velhinho, possas dizer que ela teve sentido). Chegarás facilmente à conclusão de que há apenas duas coisas que interessam para responder a essa questão: 1) saber se a tua vida teve um ou mais objectivos; e 2) saber se esse objectivo ou objectivos têm valor. Se a tua resposta a estas perguntas for em ambos os casos afirmativa, então a tua vida teve sentido. Se, pelo contrário, nenhuma das tuas respostas ou se apenas uma foi afirmativa, então a tua vida não teve sentido.
Álvaro Nunes, A religião e o sentido da existência 2008
I ENCONTRO: Origem da vida
A ORIGEM DO UNIVERSO NA PERSPECTIVA CIENTÍFICA
Todos sabemos que o universo surgiu de uma explosão inicial, designada por Big-Bang. Origem do Universo: o universo surge de um estado inicial extraordinariamente pequeno, quente e condensado a que se seguiu uma enorme explosão: o Big-Bang.
A ORIGEM DO UNIVERSO NA PERSPECTIVA CRISTÃ
Para os cristãos, a vida surge do poder amoroso de Deus, mas desenvolve-se através de mecanismos naturais queridos por Deus. A evolução das espécies é um facto, mas, envolvida pelo espírito vivificante do Criador, está direccionada para um fim: a felicidade.
ORIGEM DA VIDA NA PERSPECTIVA CIENTÍFICA
A vida encontra-se em todos os recantos do nosso planeta, desde o fundo do mar até ao topo da mais alta montanha, passando pelo céu ou pela terra ou pelos rios. A cada passo que damos vemos vida à nossa volta. Como surgiu a vida? Os cientistas pensam que as primeiras formas de existência vital apareceram devido a uma série de reacções químicas que ocorreram há cerca de quatro mil milhões de anos, as quais deram origem a organismos muito simples que depois evoluíram e se tornaram complexos e diferenciados, originando todas as espécies que encontramos hoje.
A ORIGEM DA VIDA NA PERSPECTIVA CIENTÍFICA
A Criação (em 7 dias) narra o sentido da vida humana e do universo no contexto da relação íntima com Deus. Apresentam um projecto de felicidade.
A ORIGEM DA HUMANIDADE NA PERSPECTIVA CIENTÍFICA
Segundo a teoria da evolução das Espécies: todas as criaturas que vivem na terra estão ligadas entre si por laços de parentesco mais ou menos estreitos, visto que partilham a descendência comum dos organismos referidos anteriormente. A evolução acontece, as espécies adaptam-se e o homem surge aproximadamente há cerca de cinco milhões de anos, a qual evoluiu ao longo dos tempos e aprende a conhecer as suas capacidades, conseguindo transformar a natureza e a construir o mundo como hoje o conhecemos.
A ORIGEM DA HUMANIDADE SEGUNDO A PERSPECTIVA CRISTÃ
Não podemos entender a Bíblia de forma literal. A Bíblia usa frequentemente a linguagem metafórica; no caso do relato das origens, a criação a partir do texto de Adão e Eva (Génesis) significa que Deus criou todas as pessoas; Assim, Adão e Eva representam toda a humanidade criada por Deus à sua imagem; e a descrição do Paraíso terrestre é um apelo à transformação do mundo ou à sua não destruição pela acção humana. Fé ou ciência? Ambas estão inter-ligadas. Uma diz-nos onde, quando e como aconteceu o Big-Bang; outra diz-nos o porquê e para quê Deus quis criar-nos: porque nos ama e quer que sejamos felizes. Deus chamou-nos no princípio e chama-nos continuamente a uma vida de amor e de harmonia com todas as coisas criadas. A criação é contínua.
Professor Mário Rodrigues
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
I ENCONTRO: Pensar sobre o Universo
Vivemos num Universo estranho e maravilhoso, cuja idade, dimensão, violência e beleza exigem uma extraordinária imaginação para poderem ser apreciadas. O lugar que os seres humanos ocupam dentro deste vasto cosmos pode parecer-nos insignificante; por isso, tentamos compreende-lo e ver de que forma nos integramos nele. Há algumas décadas, um cientista famoso deu uma conferência sobre astronomia. Descreveu a forma como a Terra gira em volta do Sol e como, por sua vez, o Sol gira em torno de um vasto conjunto de estrelas a que chamamos a nossa galáxia. No final da conferência, levantou-se no fundo da sala uma senhora de idade e disse: “aquilo que acabou de dizer é uma tolice. O mundo é, na verdade, um prato raso colocado sobre as costas de uma tartaruga gigante.” O cientista esboçou um sorriso superior antes de responder: “e onde se apoia a tartaruga?” “Você é muito esperto, meu rapaz, muito esperto mesmo… Mas são tudo tartarugas por aí abaixo!”, concluiu a senhora.” Stephen Hawking,
Brevíssima História do Tempo
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