quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Historia da Igreja XIII

13. O algoz se curva diante da cruz
Quando a perseguição de Diocleciano chega ao seu apogeu acontece algo inesperado. No primeiro dia de Março de 305 os dois Augustos, Diocleciano e Maximiano, renunciam ao seu posto, deixando seus lugares para os dois Césares, Galério e Constâncio Cloro.
Constâncio Cloro, senhor do Ocidente, era muito tolerante. Quando assumiu o poder, "as regiões situadas além da Ilíria, ou seja, a Itália inteira, a Sicília, a Gália e todos os países do Ocidente, a Espanha, a Mauritânia e a África, depois de terem sofrido a violência da guerra durante os primeiros anos da perseguição, prontamente obtiveram da graça divina o benefício da paz" (Eusébio de Cesaréia).
O Oriente, no entanto, teve de enfrentar a ira do César Maximino Daia, instigado por Galério. Em 306 foi publicado um édito que obrigava todos os súbditos a sacrificarem aos deuses. No Egipto a perseguição foi tão terrível que muitos cristãos, para fugir da desonra, cometeram suicídio. Os que não morriam eram submetidos a grandes vexações: as mulheres eram entregues à prostituição, os homens condenados a trabalhos forçados nas pedreiras e nas minas.
Maxêncio, em Roma, foi tolerante. Licínio, que governa as províncias do Danúbio, também não perseguiu os cristãos. Constantino, filho de Constâncio, não tem a menor intenção de atacar a Igreja de Jesus.
Aos poucos o sistema da tetrarquia irá-se-á arruinando. Lutas pelo poder, legiões revoltadas, batalhas... Os mesmos males que afligiram o Império no século anterior ressurgirão com vigor. A Igreja atravessará uma tempestade e tanto, dependendo da índole do Augusto que estiver no poder. Frequentemente a tolerância trocará de lugar com a perseguição. No período que vai do ano 305 até o ano 324, não haverá paz no Império.
Em 311, Galério, levado por uma terrível doença e por remorsos, assina um édito, rubricado por Licínio e Constantino, encerrando a perseguição no Oriente: primeiro grande triunfo do testemunho dos mártires e prenúncio de novos tempos para a Igreja.
Maximino Daia, a contragosto, liberta os prisioneiros cristãos. Quando Galério morrer, poderá descarregar novamente sua fúria. Medidas discriminatórias, panfletos cheios de calúnias, confissões forjadas, todos os meios serão por ele utilizados para destruir a Igreja. Mas o tempo mostrará a inutilidade de seus esforços.

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