quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Historia da Igreja XVII

17. Tolerância e crescimento
Constantino protegeu a Igreja, mas não foi linear nessa protecção. Por vezes era dúbio e recuava tacitamente. Porém, promoveu a sua divulgação e organização. A expensas suas reuniu sínodos (reuniões de bispos por afinidades regionais), suportou as suas viagens e demais necessidades.
No decurso do século IV o Cristianismo começou a ser tolerado pelo Império, para alcançar depois um estatuto de liberdade e converter-se finalmente, no tempo de Teodósio, em religião oficial do Estado. O Imperador romano, por esta época, convocou as grandes assembleias dos bispos, os concílios, e a Igreja pôde então dar início à organização de suas estruturas territoriais.
A religião cristã na região do Mediterrâneo foi organizada sob cinco patriarcas: os bispos de Jerusalém, Antioquia, Alexandria, Constantinopla e Roma. As antigas comunidades cristãs foram, então sucedidas pela sociedade cristã, o cristianismo passou de religião das minorias para então se tornar em religião das multidões: chegara a cristandade.
Com a decadência do Império os bispos pouco a pouco foram assumindo funções civis de carácter supletivo e a escolha do bispo passou a ser mais por escolha do clero do que pela pequena comunidade, segundo fórmulas antigas. Por essa época não foram poucas as intervenções dos nobres e imperadores nas suas escolhas.
Figuras expressivas da vida civil foram alçadas à condição de bispo, exemplo disto foram Santo Ambrósio, governador da Alta Itália que passou a bispo de Milão; São Paulino de Nola, ex-cônsul e Sidônio Apolinário, genro do imperador Avito e senhor do Sul das Gálias, que foi eleito bispo de Clermont-Ferrand.
Antes de findar o século IV o Concílio de Niceia (325) e o Primeiro Concílio de Constantinopla, em respostas às heresias arianas e ao macedonismo, formularam a doutrina da Trindade que ficou fixada no seu conjunto no "Símbolo niceno-constantinopolitano".
Por esta época colocou-se a questão da humanidade e divindade de Cristo que ficou definida no Concílio de Éfeso, convocado pelo imperador Teodósio II, que afirmou que Cristo é "perfeito Deus e perfeito homem" e definiu Maria como "Aquela que levou Deus" (Theotokos) em resposta à heresia Nestoriana (do bispo Nestório) que lhe atribuía apenas o Christotokos (Aquela que levou Cristo).
Esta posição depois foi reafirmada no Concílio de Calcedónia (451) e no Terceiro Concílio de Constantinopla (680).

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